Terça-feira, 27 de Outubro de 2015

Descanse o suficiente

Descanso (27-10-15)

Se não estiver a dormir entre sete a oito horas, na maioria das noites, provavelmente não está a funcionar no seu auge mental, e está a pôr em risco a saúde do cérebro. De acordo com uma pesquisa feita pela Fundação Nacional do Sono, em 2002, hoje em dia são cada vez menos as pessoas que conseguem as sete a oito horas de sono por noite, necessárias para o melhor desempenho mental e físico. Em média, dormimos 20 por cento menos do que fazíamos há cem anos atrás, quando nove horas e meia de sono por noite eram a norma.

Embora optemos por dormir menos, isso não significa que estamos a fazer a escolha certa. As pessoas com privação crónica do sono podem não se sentir particularmente cansadas, mas experimentam muitas vezes défices na função cognitiva. Mesmo um ligeiro défice de sono − dormir seis horas durante algumas noites, em vez de oito horas − pode causar declínios notáveis no tempo de reacção e desempenho, em testes padrão da função mental. Quais são os sinais da privação de sono? Se estiver privado de sono, vai ter mais dificuldade em aprender uma nova tarefa, vai achar mais difícil conciliar várias tarefas simultaneamente e, em suma, não estará a funcionar no seu pleno potencial.

A falta de sono não o faz apenas sentir-se mal disposto, mas pode causar danos duradouros às células do cérebro. O sono não é um luxo, mas serve um propósito importante. A maioria dos sistemas relaxam enquanto estamos a dormir, dando ao corpo tempo para descansar e reabastecer-se. Uma vez que o corpo se move a menor velocidade, a frequência cardíaca e a pressão arterial baixam e o metabolismo fica mais lento. O sono é um momento em que as células podem concentrar-se em reparar-se e fazer novas células. Para o cérebro, esta é uma altura particularmente importante. Enquanto dorme, os níveis de neurotransmissores (substâncias químicas que ajudam a pensar, recordar e manter o bom humor) são normalizados, e a produção de energia pelos neurónios é retardada para que as células do cérebro possam limpar os resíduos (como radicais livres) que se podem acumular no cérebro. Se não conseguir dormir o suficiente, este trabalho de reparação vital não será feito.

O sono também é o tempo em que o cérebro processa a informação. Conhece a velha expressão “Vou dormir sobre isso”? Alguns estudos sugerem que dormir − na verdade, sonhar − é talvez um tempo em que as pessoas resolvem problemas de forma subconsciente, que podem aumentar a capacidade de aprender novo material.

Perder mesmo só uma noite de sono tem um acentuado efeito fisiológico no corpo. As células de combate à doença do sistema imunológico ficam enfraquecidas, deixando-o mais vulnerável à infecção. O corpo bombeia níveis maiores de hormonas do estresse, o que causa um forte aumento nas taxas de açúcar no sangue. De facto, um estudo recente sugere que as pessoas jovens e saudáveis que dormem menos de seis horas e meia por noite apresentavam um risco maior de resistência à insulina, uma condição pré-diabética, em comparação com pessoas da mesma idade que dormiam entre sete e meia a oito horas e meia por noite. Isto é particularmente alarmante, porque a diabetes pode acelerar o envelhecimento do cérebro e torná-lo mais vulnerável às doenças neurológicas. A falta de sono também está relacionada com perturbações do humor, tais como depressão, irritabilidade e ansiedade.

Decidir simplesmente que o sono é importante para a saúde e bem-estar, e mostrar vontade de respeitar as horas para dormir o suficiente, já é meio caminho andado. Para muitas pessoas, basta fazer apenas esse compromisso para melhorar os hábitos de sono. No entanto, outras pessoas podem ter problemas que as impedem de conseguir uma boa noite de sono.

Cerca de 40 milhões de americanos sofrem de distúrbios do sono, ou seja, relatam dificuldade em dormir de noite. Muitos recorrem a medicamentos para os ajudar a dormir, mas estes fármacos podem provocar habituação e nunca devem ser usados durante mais de uma ou duas semanas. Na minha experiência, descobri que os distúrbios do sono são muitas vezes causados por problemas não relacionados, tais como consumo excessivo de cafeína, tabagismo (a nicotina é um estimulante), oscilações hormonais da menopausa, ou até mesmo depressão. Uma vez que estes problemas sejam corrigidos, os padrões de sono normais podem ser restaurados. 

Rest (27-10-15)

De: “The Better Brain Book” − David Perlmutter (Riverhead Books, 2004) 

 

publicado por Rui Vaz às 15:17
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